Thursday, July 7, 2011

Playlist: O Que Era Indie nos Anos 80?

A playlist está bem ao final do post, dê play e comece a leitura!


Dois suéters e uma corrente por cima da gola rolê: nada como justificar o nome da banda!
Alô você!
(recentemente revi a clássica entrada do Vannutttthzzi após a final da Copa de 2006 e resolvi fazer uma pequena homenagem ao rei das bolachas mal comidas e dos medicamentos mal misturados).
Embora ainda tenha uma “pá” (estou nostálgico, pelo visto) de resenhas de show para publicar aqui, resolvi dar uma quebrada no ritmo e emplacar uma nova playlist. E aproveitando que a cabeça está em épocas passadas, o post de hoje irá explorar o bom synth pop dos anos 80 e começo dos 90. Digo o “bom synth pop” porque o abuso (malsucedido) desse instrumento é talvez a principal tônica da criação musical da “década perdida” da música. Ou seja, coisa boa com synth está mais para a exceção do que para regra desse período.
E dado que o “indie” ou “alternativo” dos anos 2000 bebe muito na fonte oitenteira e, consequentemente, em estripolias com Moogs, 808s e bichinhos mais avançados como Nords e Fantoms, é interessante tentar achar algumas das prováveis fontes de inspiração de artistas como Empire of The Sun, Passion Pit e MGMT. Dá inclusive para fazer o paralelo e chamar os artistas que mostrarei aqui de “indie” da década de 80 – artistas com boas músicas pop, mas que (intencionalmente ou não) ficavam nas “sidelines” de monstros como Michael Jackson e Madonna. Vamos a eles!
- China Crisis: banda inglesa formada em 1979 em Kirkby, cidade próxima a Liverpool, pelo vocalista/tecladista Gary Daly e o guitarrista Eddie Lundon. Flertando com new wave e post-punk, China Crisis teve sucesso moderado na Inglaterra chegando eventualmente ao top 10 do país com alguns de seus singles e álbums. Na playlist de hoje, incluí algumas músicas do álbum Flaunt The Imperfection, produzido pela outra metade do excelente Steely Dan, Walter Becker. O disco foi muito bem recebido pela crítica e chegou ao número 9 da parada britânica no ano de 1985. É inevitável associar esse som ao que o Empire of The Sun faz hoje em dia, sem entrar no mérito de julgar quem é melhor.
"Possible Pop Songs" além de ser um ótimo substítulo diz muito...
- Aztec Camera: banda de Glasgow, formada em 1980 por Roddy Frame, o único membro constante ao longo dos anos e através das inúmeras mudanças no time. Em 81 a banda figurou numa compilação do tipo “hot bands to hear now” da conceituada NME e anos depois chegou a bater #3 na parada britânica com “Somewhere In My Heart” do álbum “Love”, mas eu particularmente prefiro o single imediatamente anterior a esse, “The Crying Scene”, com seu refrão brilhante e pegajoso (que não passou da 70ª posição na parada britânica).


- Prefab Sprout: disputa com a próxima banda o posto de minha favorita da década de 80. Segundo o Guinness Book of British Hit Singles & Albums, o gênio Paddy McAloon concebeu o nome ao ouvir imprecisamente o verso “we got married in a fever, hotter than a PREFAB sprout” do clássico “Jackson”, imortalizado por Johnny Cash. Verdade ou não, o nome não faz nenhum sentido e o fato é que o pobre McAloon atualmente sofre não só de problemas de audição como de visão também.
Apesar do sucesso modesto na Inglaterra natal e quase inexistente na colônia transatlântica, Prefab Sprout sempre foi aclamado pela crítica e chegou a ter participações especiais de peso como Stevie Wonder e Pete Townshend (no álbum From Langley Park to Memphis) em seus trabalhos. Dentro de 12 álbuns entre materiais inéditos, compilações e edições especiais, fica bastante difícil pinçar poucas músicas boas. Espero que as que inclui nessa sucinta playlist sejam apenas a porta de entrada para o trabalho dos caras.
Paddy McAloon no "hey day": uma versão bastante talentosa do Boça
- Style Council: como disse, disparado uma das minhas favoritas. Entre 83 e 89, foi o grande projeto musical do “Modfather” Paul Weller, que é tido por muitos como um dos maiores compositores britânicos de todos os tempos. Antes do Style Council, Weller foi a cabeça do The Jam, uma das maiores potências do punk/pós-punk inglês que influenciou virtualmente qualquer artista popular britânico desde então. Versátil e apaixonado por música (e eventualmente backing vocal) negra, Paul Weller mudou de direção criativa para este projeto e criou um caldeirão musical bastante temperado por groove, devidamente auxiliado pelo talentoso tecladista Mick Talbot. O comentário sobre a backing vocal se deve ao casamento entre Weller e sua backing vocal Dee C. Lee. Eu poderia falar por horas desse cara, que sozinho merece um post inteiro aqui...espero que gostem e explorem todas as fases da ainda (muito bem) ativa carreira do Modfather!
E para fechar, incluí como bônus o “sucesso” “Souvenir” da OMD (Orchestral Manoeuvres in the Dark), da qual conheço muito pouco para escrever a respeito (Wikipedia na cabeça).
Até a próxima!

1 comment:

  1. Mandou benzaaaaaaço na seleção Sooz! Sou fã doentio do Paul Weller, que para minha pessoa, é o melhor compositor que a Inglaterra já teve. E Style Council foi uma banda maravilhosa, juntamente com Prefab Sprout, que é uma das bandas preferidas do meu pai (obviamente fui influenciado).
    Agora, China Crisis e Aztec Camera foram 2 ótimas surpresas para mim. Nunca tinha ouvido nada dos caras e gostei bastante! Empire of the Sun foi claramente influenciado pelos caras, dá para notar logo nos primeiros versos.
    Keep on rockin in the free world "de mái friendi"!

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