Sunday, July 31, 2011

Gig Review: Rooney no El Rey Theatre


Olá meus caros,
Depois de uma longa ausência, retomo os trabalhos deste blog. A vida tripla (trabalho, disco, blog) é agradável mas não fácil do ponto de vista de gestão de tempo.
Bem, o post de hoje é sobre o show que vi em 24 de junho no El Rey Theatre:

O El Rey por si só já merece algumas palavras. Trata-se de uma casa art-déco da década de 30 que iniciou suas operações como um cinema (sua fachada até hoje remete à função original) e foi sede de uma boate no início dos anos 90. Desde 1994 funciona como uma casa de espetáculos com personalidade, charme antigo e que proporciona excelente proximidade ao palco.

A chegada à porta da casa assustou pelo público que formava a fila: pré-adolescentes, alguns bravamente  acompanhados de seus pais, sugeriam que aquilo de fato ainda era um cinema e a sequência de alguma saga de vampiros contra lobisomens iria começar em breve. Dado que Rooney não é exatamente nenhuma novidade e sua carreira jamais chegou a decolar, aquilo fazia pouco sentido.
Eis que havia uma banda de abertura que parecia explicar um pouco daquela amostra demográfica. Ou melhor, segundo seu site, o Maniac é mais que uma simples banda, é um “projeto”. Pelo que vi, aquilo pode ser projeto de qualquer coisa, menos de banda. Uma dupla que já passou dos trinta, com um figurino “Russell Brand meets jovem caçador de vampiros” (provavelmente daí a identificação com o público teen), fez uma performance sofrível em termos musicais e cômicos. Não que eles quisessem de fato transformar aquilo num espetáculo de stand up comedy, mas as intervenções do vocalista principal eram um exercício malsucedido de carisma, com tons absolutamente infantis. Para resumir bem o martírio que foi assistir ao Maniac, me senti num sarau de ginásio quando aquela dupla que se acha engraçada leva suas peripécias para o palco. Takes one to know one: já fui uma dessas duplas!
Findo esse show de horror, subiu ao palco Rooney com seus 5 integrantes e 12 anos de vida. Essa banda de LA, que teve um pico de popularidade alavancado pela série The OC, lançou seu 3º LP no ano passado pelo selo California Dreamin’ depois de alguns anos de parceria com a Geffen.
Robert Coppola Schwartzman

A exemplo do Hellogoodbye, que já foi resenhado aqui recentemente, o Rooney também tem carreira pouco prolífica, sugerindo que o bem nascido galã Robert Coppola Schwartzman tem muito com o que se ocupar na ensolarada Los Angeles. São 3 LPs e um EP até hoje, com discreto êxito comercial apesar do competente pop rock feito pelo grupo. O som rico em refrões pop perfeitos, pegajosos e salpicado por boas harmonias vocais acena para a tradição californiana fundada pelos Beach Boys e para o be-a-bá (ou obladi oblada) dos Beatles.

O show de mais de uma hora de duração se dividiu entre faixas dos 3 LPs e mostrou uma banda muito competente no palco. Som de alta qualidade, carisma e presença de palco por parte de Robert e muito ego por parte do guitarrista Taylor Locke, que aposta no ar blasé e já teve seus enroscos com a atriz Mischa Barton - a ponta em The OC foi boa em diversos sentidos. O único um pouco fora de sintonia foi o baterista Ned Brower, que se arrisca nos vocais em uma faixa, visivelmente encorajado por sua ponta como vocal no EP Wild One (ele canta a faixa título com um timbre interessante). Em algumas faixas senti que a mão estava leve demais, faltou pegada para o cara. 
Taylor "Eu Me Amo" Locke

Mas talvez o ponto alto da noite, pelo menos para mim, tenha vindo da participação surpresa e mais do que especial de Brian Bell, guitarrista do Weezer – quem vos escreve já voou até Curitiba no meio de uma tarde de sábado para ver a banda e voltou em plena madrugada depois de ter a sorte de tirar fotos com toda a banda no aeroporto. Brian tocou apenas uma música, “Woman” de John Lennon, também uma das minhas favoritas de todos os tempos. Mas foi o suficiente.
Bell com Rooney tocando "Woman"

Terminado este belo show, ao esperar a casa (e o último copo) se esvaziar, tive a oportunidade de conversar um pouco com Brian Bell e com Robert Schwartzman, duas figuras bastante simpáticas.

Mais uma vez com Brian Bell

Para quem se interessou em conferir o som do Rooney, recomendo o segundo disco, “Calling The World”, de onde vem a faixa “Where Did Your Heart Go Missing”.


Abraços e até a próxima!

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