Sunday, June 19, 2011

KROQ Weenie Roast Review Pt.I - Curadoria Esquizofrênica e Um Sol de Rachar

Abro este blog fazendo o review do tradicional Weenie Roast da famosa rádio KROQ, da California. Como os amigosleitores bem sabem, estou desde janeiro aqui em Los Angeles e entre as vantagens de viver aqui está a sempre aquecida oferta de shows. Entediado às vésperas do meu vigésimo oitavo aniversário, decidi dirigir até Irvine - em Orange County e a uma hora de LA - para o festival que acontece desde 93.



Line-up no mínimo curioso, dividido entre dois palcos. Um palco menor, no estacionamento do Verizon Amphitheater, recebeu bandas do surrado rótulo "indie rock". Estamos falando de Young The Giant, Foster The People, Airborne “The” Toxic Event e Neon “The” Trees - Lykke “The” Li gritou "estratégia" aos pés do vulcão Kjjhiuhjnukadhush e nunca apareceu apesar de sua linda figura ornar os panfletinhos do desorganizado evento. Até aí tudo bem, coerência na curadoria - bandas afins e que, exceto pela primeira, já haviam agitado hipsters e playboys no badalado Coachella um mês e meio antes. Naquela ocasião só conferi Foster The People e a molecada fez um senhor show: embora não tivesse nem lançado seu primeiro EP, a banda colocou uma das tendas do festival para pular ao pôr-do-sol numa performance quase catártica:



Pois bem, cheguei ao evento bem na hora do show deles e a combinação público-banda faltou em química. A culpa ficou menos com os rapazes e mais com a KROQ que os colocou para tocar num festival que, somados os dois palcos, teve cheiro de esquizofrenia. Afinal, "Indie rock" não faz muito a cabeça de quem foi ver Face To Face, Bad Religion, Rise Against ou Linkin Park.

As demais performances deste palco foram interessantes para eu finalmente ouvir duas bandas sobre as quais já havia lido rapidamente - afinal, 99% das coisas que leio hoje em dia são lidas "rapidamente", o que é uma tremenda merda. E agora posso encher o peito para criticar! Essa é uma coisa bonita desses shows...numa época em que a crítica é mais do que nunca o esporte favorito dos sedentários, conhecer alguma coisa com o mínimo de profundidade é uma injeção de esteróides. Estou escrevendo esse texto dopadão.

Enfim, Neon Trees. A maior parte das bandas têm no seu disco de estreia um orgasmo. 20 e poucos anos de tesão, frustações, ideias, rabiscos, euforia...tudo isso condensado num disquinho muitas vezes inspirador e poucas vezes superado nas tentativas subsequentes. Não, não para essa banda de Utah/California (quase jogando em casa em Irvine). O disco Habits tem 8 faixas em 29 minutos de pouco caldo estético e lírico, nas quais o abuso de hooks baseados em "o-o-o" já desenha uma afinada parceria entre Neon Trees e Bell Marques. E devo dizer que a persona do vocalista Tyler Glenn não ajudou. Mas isso é porque eu não sou muito fã nem de Latino ou Ney Matogrosso e tenho uma dificuldade em abraçar tentativas de transgressão vindas de um frontman depois de Hendrix, Morrisson ou Elton John. Ou do próprio Matogrosso, por que não? Can't blame the guy for trying, though. Vejam o hit deles no festival (sorry pela qualidade do video) e na sequência uma foto dessa versão americana do Latino:


"Sempre imaginei como seria se os Misfits tocassem na Parada Gay..." - Tyler Glenn, vocalista do Neon Trees em quote fictício

Airborne Toxic Event foi (in)devidamente "avaliado" na gigantesca fila da cerveja (ao contrário do Coachella, esse evento tinha fila para rigorosamente tudo). Um som com mais pegada e banda com mais presença de palco tiveram uma resposta mais entusiasmada do público, mas nada além disso. Não me chamou a atenção para comprar o disco ou investir mais tempo nos caras.

E com o fim da primeira parte do evento, encerro o post. Em breve posto a segunda parte, com as bandas "grandes" no anfiteatro.

Cheers!

1 comment:

  1. Nunca tinha sequer ouvido falar desse festival. Talvez porque role um diferente por semana aí.

    Posso falar com propriedade sobre Neon Trees, que acompanho a um tempinho já, na desesperada esperança de que eles lancem algo digno de nota. Sempre achei todas as musicas deles com um gancho muito bom para se tornar um hit, uma ponte aqui, um refrão ali, mas nada realmente bom, o que é uma pena.

    De resto, bela resenha! Fico no aguardo da segunda parte com os HC Melodico Made in Califa rapah!

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