Thursday, June 23, 2011

KROQ Weenie Roast Review - Pt. II - Main Stage


Depois desse show, hora do main event no anfiteatro. Começamos com os veteranos do Face to Face, que de cara já mostraram maior sintonia com o público do que as atrações anteriores. Foram seguidos pela banda A Day to Remember, que ao contrário do nome, é facilmente esquecível. São um tipo de NX Zero da Florida, ou seja, muito sentimento, muita emoção e condução no crash em 70% da música – não gostei. Vejam vocês mesmos:



Até aí, tínhamos guitarras pesadas o suficiente para o público acordar e derrubar suas cervejas com empolgação – não acho que o fã de Face to Face suporte A Day to Remember, mas as coisas de certo modo faziam sentido. Eis que o palco principal tem novo surto de coachellite e traz (felizmente) Cage The Elephant.

Essa banda havia sido um caso de expectativas frustradas quando os vi no já mencionado festival de Indio em abril deste ano. As músicas eram bem interessantes, especialmente a do link abaixo, e o show prometia. No entanto, nosso querido clone de Evan Dando, Matthew Shultz, quis encarnar Cobain e fazer o show doidão dentro de um vestido:




E de novo, homenagem ou não, essa pegada “rock star” transgressor não cola para mim depois que o negão tacou fogo na guitarra depois de gimbá-la. Ou seja, o show de Coachella não justificou as boas expectativas que criei.

Nesta vez, no entanto, talvez por ser um show mais low profile, um mero showzinho de rádio com uma audiência menos cool e/ou formadora de opinião, o camarada posou menos e entregou mais. Show redondo, com boas músicas, boa pegada e boa presença de Shultz sem ser over ou forçado. Fez sua maluquice aqui e ali, deu mosh, cantou no meio da galera, mas foi algo mais natural e autêntico. Belo show!

Destaque para a incrível camiseta fuleira em homenagem à (então) recém-anunciada aposentadoria do ídolo Shaq.

Até mesmo quem não entendeu muito aquilo se animou e ficou no ponto para a atração seguinte, o veterano Bad Religion, que tocou em casa. Tocando seus vários clássicos, a banda contou com a esporádica e emblemática participação de uma lenda viva do hardcore, Brett Gurewitz. O guitarrista, que já entrou e saiu da banda algumas vezes e hoje só sobe ao palco em ocasiões especiais ou geograficamente favoráveis, é o dono da “powehouse” do punk e hardcore americanos, Epitaph e já produziu discos para Rancid, NOFX e Pennywise. Ou seja, Mr. Gurewitz foi certamente uma das 10 pessoas mais importantes da minha vida entre os 14 e 18 anos de idade!

Mr. Gurewitz

Greg Graffin e seu Bad Religion fizeram um ótimo show em vários aspectos: som, carisma e maturidade. É uma banda que sabe a idade que tem e não se dá à síndrome de Peter Pan, no que é ajudada pela qualidade e inteligência por trás das letras de suas canções.

Terminado o show, foi a hora do palco girar mais uma vez. Aliás, vale a pausa para dizer que nem tudo no Weenie Roast foi desorganizado – cada banda tinha 45 minutos de performance, e isso foi respeitado à risca. Todos os shows começaram quase sem nenhum atraso, e o palco duplo permitia que uma banda estivesse pronta enquanto a outra terminava o set. A idéia não é nova (foi tentada de forma miserável no primeiro Woodstock) e funcionou bem.

Enfim, novo surto de coachellite e The Strokes surgiu do backstage – foi a única banda que não estava do outro lado do palco na hora que a roda girou, o que foi um baita flashback da Porta da Esperança do Senor Abravanel. A banda “mais cool do planeta”, de acordo com o ego do Casablancas Filho, fez um belo som e só, resultado de boas músicas e músicos. Mas é isso, um casamento falido. Naquele palco estavam caras que claramente não têm mais química (se é que o tiveram um dia) e que mal se olham. Até mesmo o humor cáustico e etílico de Julian Casablancas estava murcho (ao contrário de seu excelente “stand-up” no deserto de Indio em abril deste ano). Ainda assim, ele nos deu algo: “normalmente esses showzinhos de rádio são um saco, mas esse está legal”, lacônicoirônico.

E bem, ao final desta performance, me levantei e deixei o Verizon Amphitheater ouvindo ao fundo a gritaria do Rise Against. Dias depois fui saber que perdi um show surpresa (e aparentemente excelente) do Foo Fighters, o que foi uma tremenda pena. Segue o que foi minha música favorita deles nessa aparição surpresa:


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